domingo, 18 de dezembro de 2016

Parábola da Ovelha Perdida

Texto: Lucas 15.1-7

Logo no começo da leitura, podemos ver que os fariseus criticavam Jesus porque ele andava com pecadores e ainda participava de seus banquetes. Acho incoerente eles dizerem “pecadores”. Será que esses fariseus não eram capazes de reconhecer que eles também pecam? Que seu corpo está manchado pelo pecado? Diferente de muitas pessoas, o Cristo andava com aquelas pessoas que eram excluídas pela sociedade. Mas você sabe por quê? Em Mateus 9.12 temos a resposta: [Ouvindo isso, Jesus disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes”]. E os doentes são aqueles capazes de reconhecer sua doença; aqueles que conscientemente sabem que são pecadores e precisam da salvação. O pecado é como uma “doença espiritual”, isso porque ele afeta o espírito e promove um distanciamento do nosso Criador. A cura para o pecado é a salvação; é a morte de cruz, é o sangue do Cordeiro; é Jesus.
Quando leio o versículo 3 percebo claramente o cuidado de um legítimo pastor por suas ovelhas. É um pastor que não valoriza números, mas a qualidade de cada relacionamento dessas ovelhas com o Pai. Talvez você me pergunte “o que uma ovelha representa diante de 99?”. Se for julgar por números, realmente uma ovelha pode ser considerada insignificante. No entanto, não estamos falando de números. Dentre essas 99 ovelhas, quantas possuíam um relacionamento sadio e verdadeiro com seu pastor? Quantas reconheciam sua dependência? Quantas estavam doentes e precisavam de cuidado? Essa ovelha que se perdeu é extremamente significativa. Assim como as ovelhas, as pessoas não são todas iguais, pois cada uma possui a sua identidade, individualidade e essência; são únicas e exclusivas e, por isso, quando se perdem o pastor vai busca-las, pois são insubstituíveis.

O Todo Poderoso é um Deus que o (a) conhece pelo nome. O valor de sua alma é tão grande que vale mais do que ganhar o mundo inteiro! Alegre-se! O Eterno conhece o seu valor e, por isso, não pensou duas vezes em entregar Seu único Filho para morrer em seu lugar. Ele demonstrou tão grande amor por nós para provar o nosso valor e o quanto nós somos preciosos para Ele. Imagine uma mulher grávida que foi acometida por um aborto. Será essa criança só mais um número ou filho (a) amado (a) e querido (a)? Uma alma que se rende aos pés da cruz representa mais do que um dado estatístico. Servimos a um Deus de relacionamentos! A salvação não é um show que pode ser medido pelo número de seu público, pois só é salvo que tem legitimamente um relacionamento com o Senhor. Logo, a festa no céu pode ser para apenas para uma pessoa, mas é o indivíduo que realmente quis estar ali. Não é por merecimento, mas é pela graça e misericórdia de Deus em encontrar todos os perdidos e traze-los para a redenção e o arrependimento.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Análise do Livro de Jó

Antes de começar a leitura, leia Jó capítulo 1 (todo o capítulo). Esteja certo que o Espírito Santo irá acompanha-lo (a) durante toda essa leitura.

O capítulo inicia-se dizendo algumas características que existiam em Jó e eram apreciadas pelo Senhor, entre elas, estão a integridade e a justiça. Ser íntegro é ser honesto e imparcial. A integridade pode designar uma atitude de plenitude moral, sendo essa uma característica de uma pessoa incorruptível. Essa palavra está intimamente ligada a justiça. Mas você já parou para refletir o porquê de essas características serem tão apreciadas pelo Senhor do Céu e da Terra? A resposta é que essas duas características fazem parte da natureza divina de Deus e refletem a moralidade de Suas leis. Se você parar um pouco para refletir, irá notar que os melhores relacionamentos entre pais de filhos são entre aqueles que têm personalidades e características em comum. Ser cristão é ser semelhante a Cristo e no momento em que a Palavra nos diz essas duas qualidades de Jó, Ele está nos revelando que Jó é um filho legítimo, pois ele possui aspectos de sua personalidade que são semelhantes a de seu Criador. Assim, as suas características irão revelar se você é um filho do altíssimo ou um filho do Diabo.
Se você for um filho (a) do Eterno, receberá a sua aprovação, assim como Jó recebeu. Em seguida, a Bíblia nos conta que Jó possuia10 filhos, 11 mil cabeças de gado e inúmeros funcionários. Jó era um homem rico e próspero. Tudo isso se deve as suas virtudes já citadas. O Pai abençoa a todos (bons/ruins, ricos/pobres), porém, aqueles que andam segundo a Sua Palavra tem suas bênçãos em um patamar totalmente diferente. Mas Ele como Deus não deveria abençoar todos igualmente? A resposta é não. Lembre-se que Ele é JUSTO. A benção vem da obediência e da justiça, por isso, aqueles que são obedientes e justos são abençoados de forma singular como é descrito no livro de Deuteronômio capítulo 28 (leia depois). Os desobedientes também recebem bênçãos Dele por causa de Seu benevolente amor. Através do amor de Deus somos abençoados até mesmo sem merecer.
Ainda no primeiro parágrafo do capítulo 1, é dito que Jó era o homem mais rico do Oriente. Ao ler esse fragmento, tenho a plena certeza de que a riqueza que fazia de Jó o homem mais rico do Oriente não era apenas material, mas uma combinação de riqueza material e riqueza espiritual. Imagine quanta riqueza, Jó, com sua integridade e justiça tão apreciadas pelo Todo Poderoso, acumulou no céu. Muito diferente da riqueza material, seus tesouros no céu não podem ser quantificados. De todos os tesouros que Jó possuía, os únicos que não lhe foram tirados durante sua provação foram seus tesouros celestiais. Em Mateus 6.20 diz “Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde a traça nem a ferrugem podem destruir, e onde os ladrões não arrombam e roubam”. Jó acumulou seu maior tesouro no lugar certo. E você? Onde tem acumulado seus maiores tesouros? Eles estão guardados na terra onde ladrões podem roubar ou estão no céu?
Jó era um pai zeloso e assim como todos os pais, ele não sabia o que acontecia quando ele não estava perto de seus filhos. Ele temia que durante os banquetes dados por seus descendentes eles pecavam e amaldiçoavam o nome do Senhor. Logo, todos os dias de madrugada ele oferecia um holocausto (os holocaustos eram comuns nessa época) em favor de cada filho (a). O fato de ele fazer isso de madrugada me chama a atenção. Ele podia ter feito de dia, porém, preferiu a noite, especificamente de madrugada. Creio que o motivo que o levava a fazer o holocausto de madrugada era o fato de que há calmaria na madrugada e ele poderia fazê-lo sob sigilo. Acredito que esse horário também era seu melhor momento de comunhão com o Pai, uma vez que nesse horário a maioria das pessoas encontra-se dormindo. E enquanto todos estavam dormindo, ele estava clamando e adorando o Deus de Israel. Consegue perceber como Jó era diferente? Como sua riqueza espiritual era produzida?
O versículo 9 nos mostra que Satanás foi se apresentar ao Senhor juntamente com outros anjos. Ao ser interrogado por Deus, o Diabo responde que estava perambulando pela Terra. Preste atenção nesse verbo “perambular”. Esse verbo indica ação e movimento, ou seja, quando Satanás disse que estava perambulando, a Bíblia deixa claro que ele não estava parado observando os homens; mas enganando, roubando e matando. E os homens, como estavam? Provavelmente dormindo espiritualmente! Não é hora de dormir no espírito! Satanás não para de se movimentar contra os santos do Senhor. Quem dormir espiritualmente será duplamente pego de surpresa. Primeiro, porque estará vulnerável ao ataque do inimigo e estará deixando brechas para sua investida. Segundo, porque quando Jesus voltar ele ficará para trás.
No verso 8 Deus fala a Satanás como seu servo Jó é uma pessoa de boa índole. O Eterno simplesmente conhecia a Jó muito bem e sabia de seus atributos, por isso, ele foi testado. Ele sabia que ao falar sobre a boa conduta de seu servo iria instigar o Diabo a tenta-lo e fazê-lo desviar-se de seu caminho. “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28). A provação que veio a Jó foi para provar seu caráter, no entanto, não era para o Senhor que ele deveria prova-lo (porque Ele já conhecia seu coração), mas para Satanás, pois ele que duvidava de sua santidade e fidelidade ao Pai.
Toda a série de desgraças ocorridas a Jó foram para testificar aquilo que Deus já conhecia a respeito de Jó: sua integridade, fidelidade e amor ao Criador. Além disso, a provação sofrida por ele também trouxe glória e honra Aquele que se assenta no Trono dos Céus. Posso concluir dizendo que Jó também conhecia o Deus que ele tinha, por isso, mesmo na tentação e no sofrimento não O abandonou. Sabia que Ele estaria com ele e que não iria abandoná-lo; acreditava que estaria com ele na riqueza material, mas também na pobreza de bens; cria que estaria presente na montanha mais alta, assim como no mais profundo vale; entendia que a Sua presença é constante em nossas vidas e que Ele é fiel em todo o tempo.
Já no versículo 10, o inimigo chega a dizer ao Altíssimo que Ele colocou uma cerca em volta de Jó, de sua família e de tudo o que ele possui. Cerca significa proteção. A mão do Senhor cobria a vida de Jó por completo e lhe dava proteção máxima. A fidelidade de Deus e a Sua proteção o acompanhavam por onde quer que ele fosse. Não obstante, cerca também representa separação. Jó e sua família eram separados para servir ao Onipotente. Eles eram vasos consagrados para Sua adoração e louvor. Ao colocar essa cerca era como se Ele dissesse: “Satanás, aqui você não toca porque aqui habitam meus preciosos vasos, eles são minha propriedade, eles são os meus servos e Eu sou o seu Deus”.
Nos versículos seguintes acontece o relato de cada uma das perdas de Jó. Ele perdeu muitas coisas valiosas, mas não perdeu seu bem mais precioso: o seu Deus. Quando Deus lhe tirar algo não olhe para o que você perdeu, porém, olhe para o que ainda lhe resta, pois o seu maior diamante só poderá emitir todo o seu brilho quando as coisas supérfluas e insignificantes cessarem a sua luz. Para muitas pessoas, é necessário perder o que há de mais precioso para repararem que existe um Deus que cuida delas e que as ama. Talvez os prazeres desse mundo e a riqueza material tenham ofuscado o brilho da salvação de muitos e até emudecido a voz que vem do Trono. Não deixe isso ocorrer! Será preciso perder aquilo que lhe é mais precioso para comtemplar a Luz do mundo e saber que Ele existe e lhe quer salvar?
De todos os versículos que há na Bíblia o que mais aprecio é Jó 1.21. Esse versículo sempre me faz lembrar de que a gratidão precisa ser constante em nossas vidas e não deve ser movida pelas circunstâncias. Jó, por exemplo, demonstrou uma atitude contrária ao que ocorre quando uma pessoa perde tudo, pois ele foi grato. Muitas pessoas começam a brigar, xingar, praguejar o nome de Deus quando a tempestade as alcança. Isso porque elas sempre veem a tempestade como um infortúnio, jamais pensam que a tempestade também pode vir para trazer bênçãos e para consertar aquilo que não está no lugar certo em suas vidas. Você está preparado para ser grato (a) a Deus? Se a tempestade lhe alcançar hoje você será capaz de dizer “obrigado (a) Senhor por tudo” e “o Senhor é bom em todo o tempo”? Sua gratidão será apenas de lábios ou será de coração? Será movida por circunstâncias ou será imutável como o amor do Pai?
Deus lhe abençoe!