quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Fábula da Coletividade

Fábula da coletividade
“Nada nos dá legitimidade para supor que sejamos os proprietários da vida que neste planeta está.”
Uma senhora vivia numa pequena chácara e tinha alguns animais: uma vaca, um porco, uma galinha. E lá também guardava milho na tulha. E havia um rato que morava lá. Esse rato vivia sossegado até o dia em que a mulher resolveu colocar uma ratoeira dentro da tulha. O rato saiu desesperado. Correu até a vaca:
-- Vaca, nós estamos com um problema sério; a mulher colocou uma ratoeira na tulha.
A vaca deu risada:
-- Como nós? Você já viu ratoeira pegar vaca? Eu não tenho nada a ver com isso. É problema seu.
E saiu ruminando. O rato correu até o porco:
-- Porco, nós estamos com uma encrenca danada, a mulher colocou uma ratoeira lá.
-- O que é isso? Eu estou aqui bem longe, isso não vai me pegar, não. Ratoeira não pega porco; olha o meu tamanho e olha o seu. O problema é seu.
O rato, atônito, correu para a galinha:
-- Galinha, nós estamos com um problema muito sério.
-- Pelo amor de Deus, eu já estou cheia de problema por aqui e você ainda vem me torturar. O máximo que eu posso fazer é orar por você.
-- Mas tem uma ratoeira lá.
-- Mas isso não é comigo, é contigo.
O rato foi embora desanimado. À noite todos dormiam e, de repente, splaft. A ratoeira desarmou. Todos correram para olhar, inclusive o rato; era uma cascavel que tinha sido pega na ratoeira. A mulher levantou-se, e quando foi tentar tirá-la da ratoeira, levou uma picada. Foi levada ao hospital à beira da morte. Ela ficou vinte dias de recuperação e, na volta, precisava restabelecer a sua saúde em sua chácara. Qual a melhor comida para reforçar a saúde? Canja! Lá se foi a galinha. Depois de um mês, resolveu dar um almoço com feijão tropeiro para os parentes que a tinham ajudado e lá se foi o porco. A questão é que o tratamento tinha ficado caro e aí tiveram de vender a vaca para um açougue...


Cuidado: a ratoeira que aparece ali num canto pode não te pegar num primeiro momento, mas os efeitos dela são fortíssimos. A nossa arrogância é tamanha que nos consideramos proprietários do planeta. Nós não somos proprietários, somos usuários compartilhantes.  Inúmeras vezes não nos importamos com os problemas de nossos irmãos ou irmãs, mas isso é certo? Onde está o amor ao próximo? Onde está a generosidade? A solidariedade? Será que foram enterradas? Ou foram jogadas em um poço? Se Deus agisse com nós como agimos com o nosso semelhante, jamais receberíamos ajuda. Em Mateus 14.14: “Quando Jesus deixou o barco, viu numerosa multidão; sentiu-se movido de grande compaixão pelo povo, e curou os seus doentes”. Jesus nunca negou ajudar uma pessoa que precisasse de ajuda. Ele não tinha nenhum problema, nenhum pecado, mas mesmo assim se importava com as dificuldades dos outros e usava seu tempo não para cuidar de si, mas cuidar de suas amadas ovelhas. Caro (a) leitor (a), pequenos gestos são também formas de bondade e generosidade. Talvez você não possa ajudar uma multidão, entretanto, pode ajudar uma pessoa bem próxima a você. E não falo apenas em questão financeira. Ultimamente até um sorriso torna-se uma ajuda e é de grande valor. Além disso, uma boa conversa com que se sente solitário também é válido. É você ajudar naquilo que você pode e tem disponível dentro de você, por isso dê aquilo que você tem com amor e bondade. Se for seu tempo, ceda parte de seu tempo; se é seu sorriso, doe sorrisos, se são abraços, distribua abraços; se é conhecimento, disponha-se a ensinar. Comece a praticar boas obras. Eles não vão te levar para o céu, mas boas obras acompanham aqueles que são verdadeiros cristãos. Na fábula apresentada a galinha foi a única que teve uma atitude, embora faltasse as obras. Pois está escrito em Tiago 2.15-17: [“Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta]. Sua ação pode ser simples, mas seus efeitos podem alcançar grandes proporções. Assim como o slogan de uma campanha de doação de órgãos disse: “Seja você o coração de outra pessoa”.


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