sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A Grande Esperança

Naquele dia morno e luminoso de abril, Ramiro passeava pelo jardim do hotel, feliz e achando que estava vivendo o melhor de saúde, longe de imaginar que se achava a poucos dias de sua morte. Sem que ele soubesse, um terrível câncer devorava sua vida há muito tempo. Na manhã seguinte, ao tomar conhecimento dos resultados dos exames médicos, sentiu como que uma bomba explodindo em sua cabeça.
A vida é curta e, com frequência, vem acompanhada de agruras e dificuldades, mas quando chega o momento final da existência, todos se agarram a ela. Era assim que ele se sentia. Ele tinha apenas 50 anos de idade; jovem demais para despedir-se da vida. Em dois meses, nasceria o primeiro netinho. Por isso, ao inteirar-se de que lhe restavam poucas semanas de vida, afundou-se num abismo de desespero e desencanto. A pequena fé que tinha conservado desde criança desapareceu e se perguntava:
- Onde está Deus? Por que permitiu que me acontecesse isso?
 Na última semana de vida, ainda no hospital, recebeu a visita de um capelão. O homem de cabelo branco e voz pausada fez uma oração, que nada significou para ele. A confiança em Deus encontrava-se completamente abalada a essa altura. Apesar disso, ficou impressionado com um versículo da Bíblia que o capelão leu: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses 4.13-16).
Ao ouvir essa promessa, ele como se buscasse um raio de esperança perguntou:
- O senhor quer dizer que Jesus vai voltar e que, naquele dia, vou ressuscitar?
- É isso que declara a Bíblia – respondeu o capelão. – Por isso, Jesus disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, Eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando Eu for e vos for e preparar lugar, voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou estejais vós também” (João 14.1-3).
Não se poderia dizer que ele fosse um incrédulo. Mas religioso também não era. Seus pais tinham sido cristãos e iam com ele à missa todos os domingos. Mas o tempo tinha passado e, na universidade, embora não tivesse perdido a fé por completo, para ele, Deus era apensa um espécie de amuleto do qual se lembrava cada vez que enfrentava dificuldades. Porém, agora, sentenciado à morte pelo câncer, sentia-se esquecido por Deus.
- É possível acreditar nas coisas que a Bíblia diz? – perguntou magoado.
- Veja, Ramiro – respondeu o capelão -, na Bíblia existem mais de 3 mil promessas. Cada uma delas tem o poder de revolucionar a vida de qualquer pessoa que tenha fé.
- Tantas assim?
- Sim. Existem promessas condicionais e incondicionais. A promessa da segunda vinda de Cristo é um exemplo de promessa incondicional. Ele virá na hora certa independentemente de qualquer coisa.
- Quer dizer que Jesus voltará mesmo?
- Sim. Os seres humanos acreditem ou não, quando chegar o dia e a hora da vinda de Cristo, Ele virá. Os cristãos genuínos sempre aguardaram ansiosamente o cumprimento dessa promessa. A volta de Cristo é mencionada 300 vezes só no Novo Testamento. Jesus regressará, terminará com a história de pecado e dará início a um mundo sem dor, sem doença e sem injustiças.
A última frase do capelão tocou o coração de Ramiro, que imediatamente indagou:
- E quando Ele virá?
- Veja que Jesus disse sobre isso: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos Céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mateus 24.36).
- Então, ninguém sabe?
- Não. Porém, temos sinais que indicam a proximidade desse evento. Jesus, quando esteve na Terra, disse: “Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; [...] Aprendi, pois a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (Mateus 24.7,11-12; 32-34). Não é esse o quadro que a humanidade vive em nossos dias?
Ramiro estava debilitado por causa do tratamento. Seu corpo estava sendo carcomido por dentro, mas o diálogo com o capelão parecia animá-lo.
- E como será esse retorno? – perguntou ansioso.
- Será um retorno visível e real. O mundo todo verá. Quando Jesus ascendeu aos Céus, Seus discípulos ficaram tristes, olhando as nuvens enquanto o Mestre desaparecia. Então se apresentaram dois anjos e lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao Céu virá do modo como O viste subir” (Atos 1.11). Os discípulos O viram subir de forma visível. Ele retornará dessa forma. O próprio Cristo disse: “portanto, se vos disserem: Eis que Ele está no deserto! Não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa! Não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. [...] todos os povos da Terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória” (Mateus 24.26-27; 30).
- Mas eu ouvi que Jesus já teria voltado e somente os justos poderiam vê-lo com os olhos da fé.
- Existem pessoas que afirmam isso, mas as Escrituras ensinam o seguinte: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho O verá, até quantos O transpassaram. E todas as tribos da Terra se lamentarão sobre Ele. Certamente. Amém!” (Apocalipse 1.7).
- Quem são aqueles que o transpassaram?
- São os que feriram Jesus na cruz, mas incluem-se também todos os inimigos do cristianismo ao longo da história. Eles ressuscitarão antes de Jesus regressar, para vê-lo no esplendor de Sua glória. Portanto, o regresso Dele não será um ato secreto.
- Então ninguém será deixado para trás? – perguntou o filho de Ramiro, até então em silêncio.
- A ideia de um arrebatamento secreto vem da má compreensão do ensino de uma fala de Jesus em Seu sermão profético: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra; Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mateus 24.38-42).
- Poderia nos explicar melhor esse texto? – perguntou novamente o filho.
- Claro que sim. A Bíblia é uma unidade e precisa ser entendida à luz de seu contexto. Por exemplo: Qual é o tema de Mateus 24?
- A segunda vinda de Cristo – respondeu Roberto, que a essa altura parecia mais interessado do que o próprio pai.
Ramiro olhou para o filho com admiração.
- É isso! Continuou o capelão. – Mateus 24 enfoca a volta de Cristo e os sinais que acontecerão antes de Sua vinda. O verso 38 diz que os dias antecedentes ao retorno de Jesus serão como os dias anteriores ao dilúvio, nos quais as pessoas viviam completamente alheias ao que aconteceria. Prosseguiram com a vida normal, comiam, bebiam, casavam-se, iam à escola, trabalhavam, compravam e vendiam. Enfim, não tinham a mínima noção do que estava para acontecer, até que repentinamente chegou o dilúvio. Oito se salvaram, enquanto os outros foram deixados para trás.
- Mas o verso 40 diz que estarão no campo, um será tomado e o outro deixado – inquiriu Roberto.
- Exatamente, mas o que se quer enfatizar nesse verso é o elemento surpresa na vinda de Jesus. Ninguém sabe o dia nem a hora. É preciso estar permanentemente preparado, porque quem estiver pronto será levado e quem não estiver será deixado para trás. Mas tudo isso acontecerá somente quando Jesus retornar. Por isso, os versos 30 e 31 afirmam: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da Terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E ele enviará os Seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os Seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mateus 24.30-31). O arrebatamento não será em segredo, mas um ato público visível para todas as pessoas.
- Os próprios anjos juntarão os escolhidos quando Jesus voltar?
- Exatamente. Por isso, depois de fazer a ilustração das mulheres do moinho e dos homens do campo, Jesus disse: “Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá” (Mateus 24.44). Ele torna a enfatizar a necessidade de preparo para a Sua segunda vinda. Quem não estiver pronto, infelizmente, será deixado para trás.
- Isso é meio assustador – argumentou Ramiro, mudando de posição na cama. Desde a entrada do pecado, a humanidade tem vagueado no deserto da vida, desejando um mundo melhor. Muitos morreram no caminho e não viram a concretização de sua esperança. Vejam o que diz aqui. “E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para refletir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca dos leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros. Mulheres receberam pela ressureição, os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressureição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa” (Hebreus 11.32-39).
- Toda essa gente sofreu esperando a promessa e não a recebeu. O senhor não acha isso injusto?
- Eles não deixarão de ver a promessa cumprida porque, ao soar a trombeta por ocasião da volta de Cristo, todos os mortos em Cristo ressuscitarão para receber Jesus com os braços abertos: “Naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos; na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Isaías 25.9).
Uma lágrima silenciosa rolava pela face de Ramiro, mas não era de tristeza. Podia-se notar o brilho da esperança em seu olhar quando perguntou:
- Quer dizer que eu também estarei lá?
- Com certeza. As promessas divinas são para o senhor também.
Roberto sentou-se ao lado do pai e passou a mão na cabeça do homem que tinha sido o seu melhor amigo. Ao ver aquela cena, o capelão continuou:
- Leiam comigo o que o apóstolo Paulo diz escrevendo aos tessalonicenses: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas também transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte pela vitória” (1 Coríntios 15.51-54).
- Isso é maravilhoso. Obrigado! – disse Ramiro, emocionado.
- E por que Jesus não volta logo? – perguntou o filho.
- Vejam queridos: Deus é amor e está trabalhando no coração de muitas pessoas para que aceitem esse amor. O apóstolo Pedro declara com relação a isso: “Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a Terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2 Pedro 3.9-10).
- Será como nos filmes?
- Acho que a imaginação humana não é capaz de reproduzir o que realmente acontecerá. Não desejo assustá-los, mas enquanto os que aceitam Jesus como o seu Salvador levantarão os braços para recebê-lo, os que rejeitem o amor de Deus entenderão plenamente o erro que cometeram e visualizarão o terrível castigo que amargarão: “Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu caíram pela Terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes, e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face Daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Apocalipse 6.12-17).
- Roberto estava chocado com a leitura desse último texto. Pegou a Bíblia e leu de novo aquela parte e afirmou:
- Esse não parece um Deus de amor!
- Ah, Roberto, esse é um assunto que todos precisam entender. Quando o ser humano se afasta de Deus, na realidade, se afasta da vida e entra no território da morte. Mas a Bíblia é clara: “Dize-lhes: Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois que haveis de morrer, ó casa de Israel:” (Ezequiel 33.11). Hoje Deus nos chama sem cessar. Muitas pessoas aceitam Seu chamado, mas infelizmente outras rejeitam.
- É verdade.
- Há ainda os que, além de não aceitar, caçoam dos que creem. Por isso, Pedro afirma: “Tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pedro 3.3-4). Não é esse o retrato de grande parte da humanidade?
Pai e filho estavam comovidos. Eram pessoas sinceras, vivendo um momento difícil. Não se poderia dizer que eram pessoas religiosas. Jamais haviam estado comprometidos com alguma igreja. Naquele dia, eles aceitaram a visita do capelão do hospital quase por cortesia, mas, à medida que a conversação avançava ambos mostravam interesse nas coisas de Deus e se surpreendiam com as verdades que ignoravam.
- Como pudemos ignorar isso por tanto tempo?  - perguntou Ramiro.
- Isso não é problema. O que vale é que agora vocês entenderam que não há motivo para viver sem esperança. A volta de Cristo é o fim da história do pecado e do plano de salvação. Se Cristo não retornasse a Terra, a salvação não teria muita lógica. Com que propósito Ele nos teria salvado? Para continuarmos vivendo eternamente neste mundo de sofrimento e dor, salvos do pecado, mas prisioneiros ainda de suas consequências? A volta visível de Jesus é o fim definitivo do pecado. Essa é uma promessa divina, e Ele disse que “não se levantará por duas vezes a angústia” (Naum 1.9).
Mas por que o Senhor demora tanto? Essa parecia ser a pergunta que não queria calar naquela conversa. A expectativa é parte da natureza humana. Quando Deus prometeu a Adão e Eva que viria um filho da semente da mulher para redimir o mundo, eles pensaram que seu primogênito, Caim, seria esse salvador. A partir de então, cada filho que nascia era uma esperança frustrada. Por isso, em Israel, as mulheres que não podiam ter filhos sentiam-se amaldiçoadas. Todas esperavam que de seu ventre nascesse o Messias. Passaram gerações até que, finalmente, Jesus chegou.
Algo parecido acontece conosco hoje. Desde que Jesus disse: “Virei outra vez” (João 14.3), a humanidade espera ansiosa. Paulo e Pedro O esperavam em seus dias e morreram sem ver a realização da promessa.
Repentinamente, Roberto quebrou o silêncio entre os três:
- Não consigo harmonizar a urgência desse evento com a demora.
- É verdade - disse o capelão. – É uma aparente incoerência. Por exemplo, João diz: “Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Apocalipse 22.7). E, no começo do verso 6, registra: “Disse-me ainda: Estas palavras são fieis e verdadeiras”.
Como podem ser fieis e verdadeiras se Jesus disse que voltaria em breve e ainda não voltou? A resposta talvez seja que o conceito que o ser humano tem do tempo. A perspectiva de vida de 100 anos para o homem é muito tempo, mas não para Deus. Por outro lado, existe o fato de que Deus espera que todos se arrependam. Mas, quando o dia e a hora chegarem, o Senhor virá para levar Seus filhos. Por isso, hoje é o dia de boa-nova. Hoje é o dia de decisão.
Cinco dias depois da visita do capelão, Ramiro faleceu com paz e esperança em seu coração. Porém, antes de o capelão sair do quarto, confidenciou-lhe sua história:
- A vida tem surpresas que a gente nem imagina. Ouvi tanto falar da Bíblia ao longo de minha vida, mas nunca tive a curiosidade de saber nada. Vivi para o trabalho, lutei para educar meus filhos e vê-los felizes e jamais tive tempo para pensar em Deus. Hoje, mesmo contra minha vontade, estou aqui diante da Bíblia e percebo quanta coisa perdi.
- O importante é que o senhor é sensível à voz de Jesus neste momento. Ramiro olhou para o filho e disse:
- Filho, estude a Palavra de Deus. Para você há tempo. Leve essas verdades para sua família.
Roberto não disse nada. Simplesmente apertou a mão do pai carinhosamente. O sepultamento de Ramiro foi inspirador. Um coral da igreja do capelão foi cantar no cemitério. Aquela tarde sombria foi iluminada com os acordes do hino que o coral cantava:
Quando Deus fizer chamada para os santos Seus reunir,
Estaremos lá perante o lindo mar;
Quando Cristo aqui descer e para a glória os conduzir,
Que feliz reunião teremos lá no lar!
Que prazer, que glória,
Quando Cristo, enfim, os salvos Seus buscar!
Que louvor! Vitória!
Que feliz reunião teremos lá no lar!

A esposa de Ramiro, os dois filhos e as noras continuaram estudando a Bíblia. Eles descobriram a única esperança.


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