Naquele dia morno e luminoso de
abril, Ramiro passeava pelo jardim do hotel, feliz e achando que estava vivendo
o melhor de saúde, longe de imaginar que se achava a poucos dias de sua morte. Sem
que ele soubesse, um terrível câncer devorava sua vida há muito tempo. Na manhã
seguinte, ao tomar conhecimento dos resultados dos exames médicos, sentiu como
que uma bomba explodindo em sua cabeça.
A vida é curta e, com frequência,
vem acompanhada de agruras e dificuldades, mas quando chega o momento final da
existência, todos se agarram a ela. Era assim que ele se sentia. Ele tinha
apenas 50 anos de idade; jovem demais para despedir-se da vida. Em dois meses,
nasceria o primeiro netinho. Por isso, ao inteirar-se de que lhe restavam
poucas semanas de vida, afundou-se num abismo de desespero e desencanto. A
pequena fé que tinha conservado desde criança desapareceu e se perguntava:
- Onde está Deus? Por que
permitiu que me acontecesse isso?
Na última semana de vida, ainda no hospital,
recebeu a visita de um capelão. O homem de cabelo branco e voz pausada fez uma
oração, que nada significou para ele. A confiança em Deus encontrava-se
completamente abalada a essa altura. Apesar disso, ficou impressionado com um
versículo da Bíblia que o capelão leu: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais
ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os
demais, que não têm esperança. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de
ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos
Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses
4.13-16).
Ao ouvir essa promessa, ele como
se buscasse um raio de esperança perguntou:
- O senhor quer dizer que Jesus
vai voltar e que, naquele dia, vou ressuscitar?
- É isso que declara a Bíblia –
respondeu o capelão. – Por isso, Jesus disse: “Não se turbe o vosso coração;
credes em Deus, crede também em
Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora,
Eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando Eu for e vos for e
preparar lugar, voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou
estejais vós também” (João 14.1-3).
Não se poderia dizer que ele
fosse um incrédulo. Mas religioso também não era. Seus pais tinham sido
cristãos e iam com ele à missa todos os domingos. Mas o tempo tinha passado e,
na universidade, embora não tivesse perdido a fé por completo, para ele, Deus
era apensa um espécie de amuleto do qual se lembrava cada vez que enfrentava
dificuldades. Porém, agora, sentenciado à morte pelo câncer, sentia-se
esquecido por Deus.
- É possível acreditar nas coisas
que a Bíblia diz? – perguntou magoado.
- Veja, Ramiro – respondeu o
capelão -, na Bíblia existem mais de 3 mil promessas. Cada uma delas tem o
poder de revolucionar a vida de qualquer pessoa que tenha fé.
- Tantas assim?
- Sim. Existem promessas
condicionais e incondicionais. A promessa da segunda vinda de Cristo é um
exemplo de promessa incondicional. Ele virá na hora certa independentemente de
qualquer coisa.
- Quer dizer que Jesus voltará
mesmo?
- Sim. Os seres humanos acreditem
ou não, quando chegar o dia e a hora da vinda de Cristo, Ele virá. Os cristãos
genuínos sempre aguardaram ansiosamente o cumprimento dessa promessa. A volta
de Cristo é mencionada 300 vezes só no Novo Testamento. Jesus regressará,
terminará com a história de pecado e dará início a um mundo sem dor, sem doença
e sem injustiças.
A última frase do capelão tocou o
coração de Ramiro, que imediatamente indagou:
- E quando Ele virá?
- Veja que Jesus disse sobre
isso: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos Céus,
nem o Filho, senão o Pai” (Mateus 24.36).
- Então, ninguém sabe?
- Não. Porém, temos sinais que
indicam a proximidade desse evento. Jesus, quando esteve na Terra, disse:
“Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes
e terremotos em vários lugares; [...] Aprendi, pois a parábola da figueira:
quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo
o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está
próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que
tudo isto aconteça” (Mateus 24.7,11-12; 32-34). Não é esse o quadro que a
humanidade vive em nossos dias?
Ramiro estava debilitado por
causa do tratamento. Seu corpo estava sendo carcomido por dentro, mas o diálogo
com o capelão parecia animá-lo.
- E como será esse retorno? –
perguntou ansioso.
- Será um retorno visível e real.
O mundo todo verá. Quando Jesus ascendeu aos Céus, Seus discípulos ficaram
tristes, olhando as nuvens enquanto o Mestre desaparecia. Então se apresentaram
dois anjos e lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para as
alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao Céu virá do modo como O viste
subir” (Atos 1.11). Os discípulos O viram subir de forma visível. Ele retornará
dessa forma. O próprio Cristo disse: “portanto, se vos disserem: Eis que Ele
está no deserto! Não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa! Não acrediteis.
Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente,
assim há de ser a vinda do Filho do homem. Então, aparecerá no céu o sinal do
Filho do Homem. [...] todos os povos da Terra se lamentarão e verão o Filho do
homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória” (Mateus 24.26-27;
30).
- Mas eu ouvi que Jesus já teria
voltado e somente os justos poderiam vê-lo com os olhos da fé.
- Existem pessoas que afirmam
isso, mas as Escrituras ensinam o seguinte: “Eis que vem com as nuvens, e todo
olho O verá, até quantos O transpassaram. E todas as tribos da Terra se
lamentarão sobre Ele. Certamente. Amém!” (Apocalipse 1.7).
- Quem são aqueles que o
transpassaram?
- São os que feriram Jesus na
cruz, mas incluem-se também todos os inimigos do cristianismo ao longo da
história. Eles ressuscitarão antes de Jesus regressar, para vê-lo no esplendor
de Sua glória. Portanto, o regresso Dele não será um ato secreto.
- Então ninguém será deixado para
trás? – perguntou o filho de Ramiro, até então em silêncio.
- A ideia de um arrebatamento
secreto vem da má compreensão do ensino de uma fala de Jesus em Seu sermão
profético: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e
bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e
não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será
também a vinda do Filho do Homem. Então, dois estarão no campo, um será tomado,
e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e
deixada a outra; Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso
Senhor” (Mateus 24.38-42).
- Poderia nos explicar melhor
esse texto? – perguntou novamente o filho.
- Claro que sim. A Bíblia é uma
unidade e precisa ser entendida à luz de seu contexto. Por exemplo: Qual é o
tema de Mateus 24?
- A segunda vinda de Cristo –
respondeu Roberto, que a essa altura parecia mais interessado do que o próprio
pai.
Ramiro olhou para o filho com
admiração.
- É isso! Continuou o capelão. –
Mateus 24 enfoca a volta de Cristo e os sinais que acontecerão antes de Sua
vinda. O verso 38 diz que os dias antecedentes ao retorno de Jesus serão como
os dias anteriores ao dilúvio, nos quais as pessoas viviam completamente
alheias ao que aconteceria. Prosseguiram com a vida normal, comiam, bebiam,
casavam-se, iam à escola, trabalhavam, compravam e vendiam. Enfim, não tinham a
mínima noção do que estava para acontecer, até que repentinamente chegou o
dilúvio. Oito se salvaram, enquanto os outros foram deixados para trás.
- Mas o verso 40 diz que estarão
no campo, um será tomado e o outro deixado – inquiriu Roberto.
- Exatamente, mas o que se quer
enfatizar nesse verso é o elemento surpresa na vinda de Jesus. Ninguém sabe o
dia nem a hora. É preciso estar permanentemente preparado, porque quem estiver
pronto será levado e quem não estiver será deixado para trás. Mas tudo isso
acontecerá somente quando Jesus retornar. Por isso, os versos 30 e 31 afirmam:
“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da Terra se
lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
muita glória. E ele enviará os Seus anjos, com grande clangor de trombeta, os
quais reunirão os Seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra
extremidade dos céus” (Mateus 24.30-31). O arrebatamento não será em segredo,
mas um ato público visível para todas as pessoas.
- Os próprios anjos juntarão os
escolhidos quando Jesus voltar?
- Exatamente. Por isso, depois de
fazer a ilustração das mulheres do moinho e dos homens do campo, Jesus disse:
“Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o
Filho do homem virá” (Mateus 24.44). Ele torna a enfatizar a necessidade de
preparo para a Sua segunda vinda. Quem não estiver pronto, infelizmente, será
deixado para trás.
- Isso é meio assustador –
argumentou Ramiro, mudando de posição na cama. Desde a entrada do pecado, a
humanidade tem vagueado no deserto da vida, desejando um mundo melhor. Muitos
morreram no caminho e não viram a concretização de sua esperança. Vejam o que
diz aqui. “E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para
refletir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de
Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos,
praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca dos leões,
extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza
tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de
estrangeiros. Mulheres receberam pela ressureição, os seus mortos. Alguns foram
torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressureição;
outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de
algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a
fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras,
necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno),
errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Ora,
todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a
concretização da promessa” (Hebreus 11.32-39).
- Toda essa gente sofreu
esperando a promessa e não a recebeu. O senhor não acha isso injusto?
- Eles não deixarão de ver a
promessa cumprida porque, ao soar a trombeta por ocasião da volta de Cristo,
todos os mortos em Cristo ressuscitarão para receber Jesus com os braços
abertos: “Naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em quem
esperávamos; na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Isaías 25.9).
Uma lágrima silenciosa rolava
pela face de Ramiro, mas não era de tristeza. Podia-se notar o brilho da
esperança em seu olhar quando perguntou:
- Quer dizer que eu também
estarei lá?
- Com certeza. As promessas
divinas são para o senhor também.
Roberto sentou-se ao lado do pai
e passou a mão na cabeça do homem que tinha sido o seu melhor amigo. Ao ver
aquela cena, o capelão continuou:
- Leiam comigo o que o apóstolo
Paulo diz escrevendo aos tessalonicenses: “Eis que vos digo um mistério: nem
todos dormiremos, mas também transformados seremos todos, num momento, num
abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os
mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é
necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o
corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se
revestir da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade,
então, se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte pela
vitória” (1 Coríntios 15.51-54).
- Isso é maravilhoso. Obrigado! –
disse Ramiro, emocionado.
- E por que Jesus não volta logo?
– perguntou o filho.
- Vejam queridos: Deus é amor e
está trabalhando no coração de muitas pessoas para que aceitem esse amor. O
apóstolo Pedro declara com relação a isso: “Não retarda o Senhor a Sua
promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para
convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao
arrependimento. Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus
passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também
a Terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2 Pedro 3.9-10).
- Será como nos filmes?
- Acho que a imaginação humana
não é capaz de reproduzir o que realmente acontecerá. Não desejo assustá-los,
mas enquanto os que aceitam Jesus como o seu Salvador levantarão os braços para
recebê-lo, os que rejeitem o amor de Deus entenderão plenamente o erro que
cometeram e visualizarão o terrível castigo que amargarão: “Vi quando o
Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol tornou negro
como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu caíram pela
Terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus
figos verdes, e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então,
todos os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se
esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e
rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face Daquele que se assenta no trono
e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que
pode suster-se?” (Apocalipse 6.12-17).
- Roberto estava chocado com a
leitura desse último texto. Pegou a Bíblia e leu de novo aquela parte e
afirmou:
- Esse não parece um Deus de
amor!
- Ah, Roberto, esse é um assunto
que todos precisam entender. Quando o ser humano se afasta de Deus, na
realidade, se afasta da vida e entra no território da morte. Mas a Bíblia é
clara: “Dize-lhes: Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer
na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva.
Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois que haveis de
morrer, ó casa de Israel:” (Ezequiel 33.11). Hoje Deus nos chama sem cessar.
Muitas pessoas aceitam Seu chamado, mas infelizmente outras rejeitam.
- É verdade.
- Há ainda os que, além de não
aceitar, caçoam dos que creem. Por isso, Pedro afirma: “Tendo em conta, antes
de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios,
andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da Sua
vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como
desde o princípio da criação” (2 Pedro 3.3-4). Não é esse o retrato de grande
parte da humanidade?
Pai e filho estavam comovidos.
Eram pessoas sinceras, vivendo um momento difícil. Não se poderia dizer que
eram pessoas religiosas. Jamais haviam estado comprometidos com alguma igreja.
Naquele dia, eles aceitaram a visita do capelão do hospital quase por cortesia,
mas, à medida que a conversação avançava ambos mostravam interesse nas coisas
de Deus e se surpreendiam com as verdades que ignoravam.
- Como pudemos ignorar isso por
tanto tempo? - perguntou Ramiro.
- Isso não é problema. O que vale
é que agora vocês entenderam que não há motivo para viver sem esperança. A
volta de Cristo é o fim da história do pecado e do plano de salvação. Se Cristo
não retornasse a Terra, a salvação não teria muita lógica. Com que propósito
Ele nos teria salvado? Para continuarmos vivendo eternamente neste mundo de
sofrimento e dor, salvos do pecado, mas prisioneiros ainda de suas
consequências? A volta visível de Jesus é o fim definitivo do pecado. Essa é
uma promessa divina, e Ele disse que “não se levantará por duas vezes a
angústia” (Naum 1.9).
Mas por que o Senhor demora
tanto? Essa parecia ser a pergunta que não queria calar naquela conversa. A
expectativa é parte da natureza humana. Quando Deus prometeu a Adão e Eva que
viria um filho da semente da mulher para redimir o mundo, eles pensaram que seu
primogênito, Caim, seria esse salvador. A partir de então, cada filho que
nascia era uma esperança frustrada. Por isso, em Israel, as mulheres que não
podiam ter filhos sentiam-se amaldiçoadas. Todas esperavam que de seu ventre
nascesse o Messias. Passaram gerações até que, finalmente, Jesus chegou.
Algo parecido acontece conosco
hoje. Desde que Jesus disse: “Virei outra vez” (João 14.3), a humanidade espera
ansiosa. Paulo e Pedro O esperavam em seus dias e morreram sem ver a realização
da promessa.
Repentinamente, Roberto quebrou o
silêncio entre os três:
- Não consigo harmonizar a
urgência desse evento com a demora.
- É verdade - disse o capelão. –
É uma aparente incoerência. Por exemplo, João diz: “Eis que venho sem demora.
Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”
(Apocalipse 22.7). E, no começo do verso 6, registra: “Disse-me ainda: Estas
palavras são fieis e verdadeiras”.
Como podem ser fieis e
verdadeiras se Jesus disse que voltaria em breve e ainda não voltou? A resposta
talvez seja que o conceito que o ser humano tem do tempo. A perspectiva de vida
de 100 anos para o homem é muito tempo, mas não para Deus. Por outro lado,
existe o fato de que Deus espera que todos se arrependam. Mas, quando o dia e a
hora chegarem, o Senhor virá para levar Seus filhos. Por isso, hoje é o dia de
boa-nova. Hoje é o dia de decisão.
Cinco dias depois da visita do
capelão, Ramiro faleceu com paz e esperança em seu coração. Porém, antes de o
capelão sair do quarto, confidenciou-lhe sua história:
- A vida tem surpresas que a
gente nem imagina. Ouvi tanto falar da Bíblia ao longo de minha vida, mas nunca
tive a curiosidade de saber nada. Vivi para o trabalho, lutei para educar meus
filhos e vê-los felizes e jamais tive tempo para pensar em Deus. Hoje, mesmo
contra minha vontade, estou aqui diante da Bíblia e percebo quanta coisa perdi.
- O importante é que o senhor é
sensível à voz de Jesus neste momento. Ramiro olhou para o filho e disse:
- Filho, estude a Palavra de
Deus. Para você há tempo. Leve essas verdades para sua família.
Roberto não disse nada.
Simplesmente apertou a mão do pai carinhosamente. O sepultamento de Ramiro foi
inspirador. Um coral da igreja do capelão foi cantar no cemitério. Aquela tarde
sombria foi iluminada com os acordes do hino que o coral cantava:
Quando Deus fizer chamada para os
santos Seus reunir,
Estaremos lá perante o lindo mar;
Quando Cristo aqui descer e para
a glória os conduzir,
Que feliz reunião teremos lá no
lar!
Que prazer, que glória,
Quando Cristo, enfim, os salvos
Seus buscar!
Que louvor! Vitória!
Que feliz reunião teremos lá no
lar!
A esposa de Ramiro, os dois
filhos e as noras continuaram estudando a Bíblia. Eles descobriram a única
esperança.
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