sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O Livro da Esperança




Dizem que o coração tem motivos que a razão não entende. Talvez seja verdade, talvez não. Porém, muitas vezes, o ser humano se deixa envolver facilmente pelos impulsos insensatos da paixão. De outro modo, seria difícil explicar o que aconteceu na manhã triste daquele mês de julho.
O trem tinha chegado ao fim do trajeto e os passageiros saíram como uma matilha enlouquecida. Entre a multidão havia um homem baixo, musculoso, de comportamento esquisito que escondia o rosto por detrás de grossos óculos escuros e boné.
Apesar do ar misterioso, ninguém podia suspeitar que embaixo do casaco aquele cidadão ocultava um revólver calibre 38. Não era velho nem novo. Aparentava ter cerca de 50 anos e andava com passos ligeiros olhando para frente, atento para não perder de vista a bela morena de jeans e blusa preta que andava apressadamente entre a multidão.
A mulher, com 35 anos, olhava constantemente para trás apreensiva, pressentindo estar sendo seguida. Repetiu aquele ritual três ou quatro vezes e antes de entrar no túnel para atravessar a avenida, abaixou-se fingindo amarrar os cadarços tentando descobrir se alguém a seguia.
O relógio da igreja ao lado indicava que era 8h e 15 min daquela manhã. A cidade naquela hora estava lotada de gente. Pessoas de todos os tipos correndo atrás de seus sonhos sem se importar com o drama dos personagens desta história.
Lúcia saiu do outro lado da avenida e ingressou num parque. Não queria ir, mas foi. Ela não era uma mulher vulgar. Sua aparência formosa atraía com facilidade a atenção dos homens, mas ela não era uma pessoa sem escrúpulos. Tinha honra e dignidade; detestava a mentira. Por isso, naquela manhã seu coração se agitava angustiado.
Tudo tinha começado quase sem que ela percebesse e, aos poucos, foi prendendo-se a uma teia de circunstâncias da qual estava determinada a libertar-se naquela manhã. Como num filme, começaram a desfilar as lembranças das últimas brigas com o marido. Cenas terríveis de ciúme, agressões no meio da rua, noites de discussões intermináveis e finalmente a traição, como uma válvula de escape. Justificativa? Talvez. Desculpa? Quem sabe. O certo é que ela estava lá no lugar do encontro, no cenário da tragédia.
Entre as árvores centenárias e vegetação descuidada, sentando num banco velho, havia um homem loiro relativamente jovem que lia um jornal enquanto fumava displicentemente. Lúcia aproximou-se. Ele se levantou e correu ao encontro dela com os braços abertos.
Evaldo, o marido ciumento, ocultou-se atrás de um velho cajueiro e dali passou a observar aquela cena. Parecia indeciso e suava, apesar do frio de julho; exalava dor e ódio, com o revólver na mão. O resto da história é simples de imaginar. O loiro levou quatro tiros e caiu morto na hora. Lúcia ficou agonizante com dois tiros no peito. Ele ainda tentou disparar na própria cabeça, mas já não lhe restava balas. Então ele se ajoelhou diante do corpo da amada, e desesperado, pegou o corpo ensanguentado da bela morena e chorou gritando muito.
Por que tinha que acabar deste jeito?
Existem coisas que simplesmente não têm explicação. Atitudes loucas que deixam o amargo sabor do remorso. Você tenta entender o porquê, mas não encontra respostas. O martelo da culpa o crucifica no madeiro da própria consciência.
Condenado a vários anos de prisão, Evaldo foi definhando como um trapo velho e sendo consumido pela dor. Ele amava Lúcia. Conhecera-a na estação de trem, no carnaval de 1990. Na época, ele era jogador de 35 anos em fim de carreira; ela, 15 anos mais nova, era a bela passista de uma escola de samba. Amaram-se com intensidade desde o principio e juntos foram construindo seus sonhos. Moravam num sobrado amarelo e tinham um casal de filhos que lhes alegrava a vida. Mas tudo isso era coisa do passado. Evaldo cumpria a pena e Lúcia que sobrevivera ao atentado, não queria saber nada a respeito do marido.
- Por mim que apodreça na prisão! – dizia para as amigas.
Mas à noite, deitada sozinha e olhando os filhos dormirem, chorava em silêncio sem saber a razão. Na fábrica de roupa onde trabalhava como costureira, um dia, na hora do almoço uma colega se aproximou dela e lhe disse:
- Eu acho que você não é feliz.
- Feliz? Como assim feliz?
- Feliz. Você é feliz?
- Sei lá. Alguém é feliz nesta vida?
- Muita gente. Mas para isso você precisa conhecer qual é o plano de Deus para você.
- Que plano? Do que você está falando?
- Ninguém veio ao mundo para sofrer. Deus tem um plano maravilhoso para cada pessoa e a felicidade consiste em descobri-lo.
- Você é cristã?
- Sou.
- Veja, eu não tenho religião e nem o mínimo interesse nessas coisas. Desculpe, é melhor parar por aqui.
 - Eu não estou falando de religião. Estou falando da vida, da sua vida. Você é feliz desse jeito?
Foi assim que tudo começou. Conversa foi, conversa veio. Um dia findou, e chegou o outro. Transcorreram semanas e meses e a amizade de ambas foi se estreitando. Porém, Roberta, a amiga, não voltou a lhe falar mais de assuntos espirituais.
Certo dia de outubro na hora do almoço, Lúcia procurou Roberta.
- Não sei o que fazer. A minha vida está um completo caos.
- O que foi?
- Minha filha de apenas trezes anos está grávida. O que fiz para merecer isso? Eu me mato trabalhando para poder sustentar meus dois filhos e o pai deles está preso. Estou sozinha, não sei mais o que fazer.
- Você não está sozinha.
- Como não?
- Por que você não dá uma oportunidade a Jesus?
- Lá vem você outra vez com esse assunto de religião.
- Sabe, Lúcia, todo ser humano tem problemas. A diferença é a atitude com a qual os encaramos. E essa atitude depende da certeza de que jamais estamos sós.
- Mas eu estou. Meus familiares estão longe, e não sei nada deles há muitos anos.
- Não, minha amiga, você não está sozinha. Eu estou aqui.
- Obrigada!
- Eu não estou falando só de minha amizade, mas me refiro a alguém que realmente pode ajuda-la. Estou falando de Jesus. Veja, não fale nada, só ouça este verso da Bíblia.
Roberta foi à mesinha de trabalho, tirou uma Bíblia da gaveta e leu:
- “Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia não Me esquecerei de ti” (Isaías 49.15).
Os olhos de Lúcia refletiram emoção.
- Isso está na Bíblia?
- Sim, veja com os próprios olhos.
- Mas por que você acha que esse livro é a Palavra de Deus?
- Existem várias razões. A primeira é que os escritores bíblicos afirmam que eles escreveram por mandato divino. Paulo diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Timóteo 3.16). Tem dois pensamentos nesse texto. O primeiro é que toda a Escritura foi inspirada por Deus, e os segundo é que Deus nos deixou a Sua Palavra para que servisse de instrução, de ensinamento e repreensão. É inútil tentar ser feliz sem o conhecimento da Palavra de Deus.
- Sei lá, amiga. Gosto de ver a sua confiança nesse livro, mas qualquer pessoa poderia ter escrito isso e depois afirmar que foi inspirada por Deus.
- É verdade, mas existem outras razões para acreditar que este livro é inspirado por Deus. Por exemplo, a unidade de pensamento. A Bíblia foi escrita num período de 1.500 anos. Moisés, que foi o primeiro autor, viveu 15 séculos antes de João, o último dos escritores. Muitos dos 40 escritores não se conheceram. No entanto, se você ler a Bíblia, perceberá que existe uma unidade de pensamento assombrosa. É como se um dia os 40 escritores tivessem se reunido e combinado que parte corresponderia a cada um escrever.
Lúcia parecia desconcertada. Pela primeira vez mostrava algum interesse em assuntos espirituais. Até aquele dia dava a impressão de ter vivido simplesmente por viver, sem nunca ter se perguntado qual era a razão de sua existência. Olhou para o relógio. Ainda restavam 15 minutos para reiniciar o trabalho.
- Você sabe que é difícil para mim acreditar nessas coisas de religião. As pessoas mais apegadas à Bíblia que conheci foram as que mais me decepcionaram.
- Talvez porque somente conheciam a teoria, mas nunca conheceram o Autor pessoalmente.
- Mas isso é possível?
- Olhe o que diz aqui: “Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (João 5.39). Quem diz isso é o próprio Senhor Jesus Cristo. Ele deseja que você O conheça e descubra que pode confiar Nele e em Suas promessas.
- Humm.
 - E tem mais ainda, ouça: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32).
- Vai me libertar do quê?
- De tudo isso que você está sentindo. Do medo, da aflição, do desespero, da solidão, Jesus disse: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida e tenham em abundância” (João 10.10). Você percebe? Ele deseja que você tenha vida abundante, mas para isso precisa confiar na Bíblia.
A essa altura, a sirene da fábrica indicava a hora de reiniciar as atividades. As duas se dirigiam a seus postos de trabalho e Lúcia disse:
- Precisamos continuar falando sobre esse assunto.
Roberta sorriu. As horas da tarde passaram com rapidez. Na saída, Lúcia esperava por Roberta.
-Quero saber mais sobre o que estávamos falando; porém, preciso correr para casa. Prometi a meus filhos que hoje chegaria cedo.
- Acompanho você. Podemos conversar na viagem.
- Não vai ficar tarde para você?
- Um pouco, mas não faz mal.
No ônibus, enquanto viajavam, Roberta falou das profecias, como sendo mais uma prova da inspiração da Bíblia. Olha o que o que o profeta Isaías escreveu mais de 2.000 anos atrás: “Ele é o que está assentado sobre a redondeza da Terra, cujos moradores são como gafanhotos; é Ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar” (Isaías 40.22). Sabe, durante séculos a ciência afirmava que a Terra era plana; porém, a Bíblia já dizia que era redonda. Cristóvão Colombo provou a veracidade Dela ao chegar à América em 12 de outubro de 1492.
- Isso é assombroso; não sabia.
Existem muitas coisas que as pessoas ignoram. Por exemplo, a maneira extraordinária como a Bíblia descreve profeticamente a história do mundo, desde os tempos do império babilônico até nossos dias.
- Onde está isso?
- Aqui, no capítulo 2 de Daniel. Podemos ler ao chegarmos à sua casa. Nessa profecia, a Bíblia enumera os impérios que dominaram o mundo desde os tempos de Nabucodonosor; passando pelo império medo-persa, pelo império grego sob o comando de Alexandre o Grande e depois pelo império romano. Menciona-se também a queda de Roma e a tentativa falida de muitas nações para dominar o mundo. A Bíblia diz que depois da divisão do império romano entre as dez nações bárbaras que viviam nas áreas próximas às suas margens, nunca mais se levantará um império com aquela abrangência e poderio. Em nossos dias o Senhor Jesus regressará ao mundo para colocar o ponto final na história do pecado.
- Em nossos dias? Você está brincando comigo.
- Não estou brincando não. Veja o que diz aqui: “Mas, nos dias destes reis, o Deus do Céu suscitará um reino que não será jamais destruído. Este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” ( Daniel 2.44).
- Que reis são esses?
- Refere-se aos nossos dias. Os dias em que não existe mais um reino que domine o mundo. Nesses dias, Deus estabelecerá Seu reino para sempre e isso acontecerá com o retorno de Jesus a Terra.
Já a casa, enquanto Lúcia preparava o jantar, as duas amigas continuavam conversando.
- Sabe, Roberta, quando você fala, tudo parece fácil, mas eu sempre achei que a Bíblia fosse um livro difícil de ser entendido.
- No início, minha amiga, é necessária a ajuda de alguém que conheça mais. Porém, com o tempo, você verá que o mesmo Espírito que inspirou o escritor bíblico iluminará seu entendimento para compreender a mensagem. Na Bíblia, há uma história que mostra como uma ajuda no início é importante.
- Que história?
- Vou lê-la para você: “Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te a vai para o lado do sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi. Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele” (Atos 8.26-31).
- Quer dizer que eu sou como aquele eunuco e você é como Filipe?
- Mais ou menos.
Ambas riram. Lúcia se surpreendeu rindo, porque desde que soubera da gravidez da filha somente tinha chorado.
- Eu agradeço a você de todo o coração pelo que está fazendo por mim: gastando seu tempo, tendo paciência todos esses meses com uma “cabeça dura” como eu, que por preconceito ou sei lá, não queria ouvir. Mas me diga: como faço para continuar estudando a Bíblia sozinha?
- Cada vez que você deseja estudar um determinado assunto, precisa buscar na Bíblia os versículos ou capítulos que falam sobre esse assunto. Jamais se pode dizer que ela diz isto ou aquilo lendo um só versículo. É necessário ter uma ideia completa do assunto, lendo vários versos.
- Muito interessante.
- Ah, e existe uma advertência muito séria: “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo Deus lhes acrescentará os flagelos escritos neste livro; e se, alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro” (Apocalipse 22.18-19).
- Quer dizer que não se pode mudar nada do que está escrito?
- Não, querida, a Palavra de Deus é eterna. Isaías declara: ”Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (Isaías 40.8). Deus é eterno. O Seu amor pelo ser humano também é eterno. E, consequentemente, a Sua Palavra é também o é. Por isso, Ele fica triste quando o homem deixa de lado os ensinamentos da Bíblia.
- É mesmo?
- Nos tempos de Israel, os líderes do povo tinham se esquecido da Palavra de Deus e ensinavam doutrinas e tradições humanas. Por isso, o Senhor Jesus disse: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão, me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15.8-9).
- Quer dizer que, seu eu adoro a Deus, mas não valorizo Sua Palavra, Ele não aceita minha adoração?
- Exatamente! Mas não fique com medo, pois Deus a ama incondicionalmente. O único propósito de Sua Palavra é ajuda-la a ser feliz. Olhe, “bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1.3). A palavra “bem-aventurado” significa “feliz”. Embora esse versículo se refira primordialmente à profecia do livro de Apocalipse, pode ser aplicada a toda a Bíblia. Feliz é a pessoa que não somente lê, mas guarda a palavra de Deus no coração.
Já era tarde da noite quando Roberta pegou o ônibus para casa. Seu coração fervilhava de alegria porque não existe coisa melhor do que compartilhar a mensagem transformadora do Evangelho.
Em casa, ela entrou no quarto da filha grávida. Treze anos é a idade que uma menina desabrocha para a vida como uma linda flor. Aquela mocinha, porém, teria que carregar as consequências de ter brincado com o sexo. Fazer o quê? Como ajudar a filha neste estado? Sentou-se na cama enquanto a menina dormia ou fingia dormir, cobriu-a com o lençol e chorou comtemplando o rosto de sua criança, que, antes do tempo tornara-se adulta. Beijou o rostinho da garota e saiu.
Deitada na cama, sem poder dormir, ela pensou como teria sido sua vida se tivesse conhecido a Palavra de Deus quando era jovem. Talvez sua história tivesse sido diferente. A sabedoria da Bíblia, quem sabe, a teria ajudado a ser uma melhor esposa e mãe. Lembrou-se do último verso que Roberta lera: “Guardo no coração as Tuas palavras, para não pecar contra Ti” (Salmo 119.11). Mas nem tudo estava perdido. Ainda estava viva e tinha a oportunidade de corrigir o rumo de sua vida.
No dia seguinte recebeu uma Bíblia de presente. Vinha autografada pro Roberta e dizia: “Na certeza de que este livro santo ajudará você a encontrar o caminho da felicidade” Lúcia se emocionou com aquelas palavras.
A partir daquele dia, não saia de casa sem ler a Palavra de Deus e não se deitava para dormir sem passar um bom tempo lendo as Escrituras Sagradas. Em sua vida começou a surgir o brilho de um dia ensolarado. As nuvens que antes pareciam asfixiá-la continuavam ali, mas ela já não era a mesma pessoa afundada no pessimismo. As promessas bíblicas iluminavam seu caminho, e ela gostava de repetir constantemente: “Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra e luz para os meus caminhos” (Salmo 119.105).  Num domingo, várias semanas depois, ela acordou cedo e perguntou aos filhos:
- Querem visitar seu pai?
Foram os três, pela primeira vez em três anos vê-lo. O encontro foi tenso. O ambiente deprimente não ajudava. Ele demorou a aparecer. Disseram que estava em um grupo que estudava a Bíblia. Finalmente Evaldo chegou. Parecia mais velho. Sandro, o filho mais novo de 11 anos, tomou a iniciativa e correu para abraçar o pai. Ambos choraram. Depois se aproximou a filha. Lúcia comtemplava a cena enternecida. Ainda o amava. O coração batia forte e as lágrimas caíam. Se tivesse conhecido a Palavra de Deus antes, (ela pensava) tudo poderia ter sido diferente.
- Perdão, me perdoe! – disse ele.
- Sou eu quem deve pedir perdão - disse ela.
E os quatro se uniram num só abraço.
- Você acha que ainda há esperança para nós? – perguntou ele, tímido.
Havia sim. Dois anos depois, ele saiu em liberdade condicional. Toda a família descobriu a única esperança.


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